LIVRO Ajuricaba: Lenda que virou héroi PDF Amazonense Manauara
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Resumo
No dia 26 de Setembro de 1727, Lisboa era comunicada da morte do guerreiro Ajuricaba.
A tribo dos Manaós se negava a ser deslocada para áreas onde tornava-se mais fácil aos padres catequizá-los e depois servirem de mão-de-obra escrava para os portugueses, por isso viviam em confronto.
Um dos líderes importantes da tribo dos Manaós era o guerreiro tuxaua Ajuricaba, ele percebeu que os militares portugueses casavam com as filhas dos Tuxauas para apaziguar os conflitos e facilitar a dominação da tribo.Com uma excepcional capacidade de liderança Ajuricaba reuniu diversas tribos locais e assaltava as tribos que viviam sobre o domínio português, além de organizar um sistema de vigilância que dificultava o deslocamento dos portugueses pelos rios e lagos da região, a área dos conflitos ia do baixo Rio Negro ao Rio Branco (Roraima).
Ajuricaba era considerado príncipe, líder da tribo dos Manaós, no Amazonas.
Após várias investidas frustradas, os portugueses conseguiram matar o filho de Ajuricaba, o jovem Cucunaça. Com a perda do seu filho, Ajuricaba lança-se entre os soldados portugueses e causa várias perdas, no final um grupo de soldados o cercou e conseguiu o prender.
Ajuricaba tornou-se símbolo da insubmissão dos índios à opressão colonial, e lutou incansavelmente contra a ocupação portuguesa.
A tribo dos Manaós tinha um acordo com os portugueses, mas um desentendimento entre os líderes da tribo e o colonizador provocou a morte do cacique
da tribo dos Manaós.
O acordo garantia que índios de outras tribos fossem comercializados como escravos e Ajuricaba, que era filho do cacique morto, não concordava com
este comércio.
Ajuricaba, que morava longe da tribo, jurou vingar a morte do pai. Esse índio valente era disputado pelas filhas dos Maiapenas, Tucanos e Barés, mas ele escolheu uma bela cunhatã dos poderosos Titiás.
Seguindo o propósito de vingar a morte do pai, entrou em contato com os holandeses do Suriname, que eram inimigos de Portugal.
Em 1723, foi iniciada uma luta de emboscada contra o invasor português, chamando então a atenção do governador do Pará, que pediu ao rei de Portugal
apoio para combater a guerrilha.
O rei enviou armas e tropas para a luta contra os guerreiros de Ajuricaba. Mas os portugueses precisaram de reforço. Os colonizadores utilizaram
um navio com canhões que dizimava os nativos, mas estes resistiam com suas flechas, zarabatanas e o orgulho de defender a região do julgo português.
Em 1729, o cronista Ribeiro Sampaio relatou que de 300 a 2 mil índios foram presos, inclusive o destemido Ajuricaba, que perdeu seu filho em uma das
lutas sangrentas.
Acusado de vários crimes, Ajuricaba acaba acorrentado dentro de uma embarcação com mais vários indígenas que iam ser vendidos como escravos em Belém, mas mesmo acorrentado Ajuricaba lutou e ameaçou seriamente a tropa lusitana. Depois de muito sangue derramado, Ajuricaba mesmo acorrentado atirou-se na água, preferindo suicidar-se do que sofrer com a humilhação imposta pelos portugueses invasores. Depois deste episódio, o guerreiro Ajuricaba nunca mais foi visto, infelizmente a maioria do povo amazonense nunca ouviu falar desse grande guerreiro.
Preso, Ajuricaba seria conduzido a Belém para julgamento. Mas, mesmo acorrentado, lançou-se nas águas do Amazonas, para resistir à prisão, liderando
outros guerreiros, que conseguiram escapar.
Ajuricaba se virou na direção dos soldados lusitanos e gritou: “Esta terra é minha, essa terra é nossa”. Desde então as águas do rio Negro e do Solimões não se misturam até os dias atuais, para marcar onde o cacique Ajuricaba lançou-se para a morte, marcando no encontro dos rios a força da revolta do índio em libertar o seu povo.